Corpos esquartejados |
Policiais do Destacamento de Mari receberam, na manhã deste domingo (29), uma informação através do "Linha Direta" com a viatura dando conta de um homicídio que teria ocorrido às margens de um açude conhecido como "açude do governo". Ao se dirigir até o local os homens da Polícia se depararam com um cenário de atrocidade.
Já nas primeiras averiguações, os policiais encontraram diversas cápsulas de revolver deflagradas e uma quantidade de massa cefálica pelo chão. Em seguida foi encontrado soterrado parte de um corpo, sendo assim, o homicídio foi constatado e a Perícia acionada. Todavia o que parecia comum na cidade de Mari, se tornou ainda mais assustador.
Quando os homens do IPC começaram a remover o corpo do solo perceberam que haviam sido cortados os membros inferiores, superiores e a cabeça e como se não bastasse a barbaridade, ao continuar a escavação os peritos constataram que havia mais um corpo na cova com os mesmos sinais de violência, sem pernas, braços e cabeça e com parte do abdome cortado tendo os órgãos expostos.
Da forma em que os corpos estavam a Polícia não fazia idéia de quem se tratava, pois, apesar de não estarem em decomposição, não havia como identificar por não haver os rostos. Ninguem, dos muitos que curiosos que foram ao local, arriscou dizer quem seriam até o momento em que de um lugar de um cheiro forte, um popular encontrou em uma sacola plástica um volume que pareciam ser duas cabeças, fato que foi confirmado pela Polícia.
Logo após descobrir o local onde estavam as cabeças, uma pessoa informou que se tratava de dois irmãos, Willian Andrade Ferreira, de 17 anos, e Clemilson Andrade Ferreira, de 14 anos, vulgo "Kekeu". Procurada pelo repórter da Rádio Rural Pedro Graciano, a mãe deles, Cristina Correia de Araújo, de 34 anos, contou que procurou a Polícia de Mari nesta manhã para informar sobre o desaparecimento dos filhos, sendo que, horas depois dos corpos serem encontrados, a Polícia de Sapé a convocou para prestar depoimento, foi então que ela ficou sabendo da morte dos mesmos.
Cristina afirmou que o filho mais velho já teve passagem pela Polícia, mas não tinha informações sobre a ficha criminal do mais novo.
Populares informaram que na noite anterior, sábado de Santana (28), ouviu-se alguns disparos às margens do açude que foram confundidos com fogos de artifícios por conta dos festejos.
Segundo o Nordeste1, só esse ano já contabiliza na cidade de Mari o número assustador de 18 homicídios. Um popular alegava ao lado dos corpos que "ta complicado e perigoso morar em Mari".
Na manhã desta segunda (30), cerca de 24h após os corpos terem sido encontrados às margens de um açude, homens da Polícia efetuaram a prisão de Leonardo Miranda da Silva, 20 anos (foto a direita), residente no Bairro Procanor, que confessou participação no crime e a partir de então outras investidas policiais foram realizadas na cidade.
Depois de um amplo trabalho investigativo e da realização de várias buscas em residências suspeitas, que envolveu o Delegado da cidade Dr. Reinaldo Nóbrega e o Superintendente da Polícia Civil Dr. Hugo Elder, além de vários policias de Mari e Itabaiana, foram conduzidos para Delegacia, José Carlos do Nascimento Francisco, 27 anos, vulgo "barata" (foto abaixo) e dois adolescentes V.A.L. de 16 e R.B.S 17 anos, respectivamente; ainda foram aprendidos uma espingarda calibre 12 com duas munições, uma foice, um facão e uma faca. Segundo a Polícia os envolvidos confessaram que o material foi utilizado no crime.
Na DP, José Carlos afirmou que sua participação foi apenas atrair as vítimas até o açude e em entrevista à imprensa relatou que o motivo do crime teria sido um acerto de contas por causa de um desentendimento com uma das vítimas. Um dos adolescentes ainda deu detalhes de como eles executaram os irmãos, alegando que um deles morreu apenas porque acompanhou o grupo. O adolescente falou que primeiro o grupo utilizou a espingarda e depois que começaram a esquartejar os corpos, arrancando as cabeças e colocando em uma sacola antes de enterrar os pedaços. E acrescentou "Não me arrependo do que fiz, fazia pior se ele tivesse vivo e jogaria bola com a cabeça dele".
Em entrevista o Dr Hugo Elder disse que a Polícia Civil tem trabalhado com afinco na elucidação dos crimes que acontecem na cidade, logrando um êxito de quase 100% e salientou que para que o trabalho tenha mais frutos se faz necessário um forte trabalho ostensivo da Polícia Militar, agilidade nas questões judiciais na emissão de mandados de busca e apreensão e a colaboração da população. Dr Hugo ainda declarou que com base nas prisões e apreensões, na quantidade de crimes e na apuração feita hoje se pode afirmar que existe um grupo de extermínio agindo na cidade.
Os envolvidos alegaram ter envolvimento com drogas e participar de uma facção criminosa. Ainda foram aprendidos alguns aparelhos celulares, em um deles, a Polícia encontrou uma música fazendo apologia o crime e citando os nomes dos supostos matadores do grupo.
Revista Novo Perfil online
Fonte: Nordeste1
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