O incêndio em uma boate deixou ao menos 233 mortos --sendo 120 homens e 113 mulheres-- e mais de 100 feridos em Santa Maria (a 286 km de Porto Alegre), na região central do Rio Grande do Sul, segundo o Corpo de Bombeiros. O fogo começou por volta das 2h deste domingo (27). Inicialmente, os bombeiros divulgaram que o número de mortos era 245 mas, após uma recontagem, a quantidade foi revista. Trata-se do segundo incêndio mais mortal e a quinta maior tragédia da história do Brasil.
De acordo com o major Cleberson Bastianello, comandante do 2º Batalhão da Brigada Militar do BOE (Batalhão de Operações Especiais) de Santa Maria, ainda há 48 pessoas hospitalizadas na cidade, e não há como precisar o estado de saúde de todas elas. Até o momento, não há uma lista oficial de feridos ou mortos, e nenhuma previsão de quando haverá.
A Prefeitura de Santa Maria decretou luto oficial de 30 dias, e o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, decretou luto oficial de sete dias no Estado.
Em entrevista à rádio Gaúcha, o delegado Sandro Luís Meinerz, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, disse que, a princípio, as pessoas não morreram queimadas, mas asfixiadas pela fumaça por não terem conseguido sair do local.
"Estamos retirando os corpos do local e tomando as providências necessárias para o início das investigações. Não se sabe ainda o número exato de corpos. Mas, em princípio, não há nenhum corpo em situação precária que possa prejudicar a identificação. As pessoas não conseguiram sair. A saída parece pequena para o número de pessoas que estava lá dentro, e o pânico acabou gerando essa situação", contou.
A boate possui apenas uma saída, o que gerou tumulto na hora da fuga das chamas. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede externa para auxiliar no salvamento.
Terminamos o rescaldo no local e estamos fazendo a remoção dos corpos", disse o comandante dos Bombeiros de Santa Maria, Moisés da Silva Fux, à rádio Gaúcha.
"A maior parte dessas pessoas morreu asfixiada. Elas entraram em pânico e acabaram pisoteando umas às outras. O principal fator [para as mortes] foi a asfixia. O isopor gera uma fumaça muito tóxica", afirmou o comandante-geral do Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Guido de Melo.
Conforme um segurança que trabalhava na boate no momento do incêndio, entre mil e 2.000 pessoas deveriam estar no local durante o incidente, e a maioria era adolescente.
Causas
Informações preliminares dão conta de que o fogo teve início com um sinalizador utilizado no show de uma banda. Faíscas teriam atingido o teto da boate Kiss, na rua dos Andradas, e incendiado a espuma de isolamento acústico.
A quadra do Centro Desportivo Municipal está isolada, pois o local está recebendo corpos para serem identificados pela perícia. Ao menos cinco pessoas que receberam atendimento morreram.
Os bombeiros estão sendo auxiliados por militares da Base Aérea de Santa Maria, por agentes da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Rodoviária Estadual, pela Brigada Militar (o equivalente à Polícia Militar gaúcha), além do auxílio de ambulâncias de urgência de hospitais e clínicas.
Tarso Genro (PT), governador do Rio Grande do Sul, lamentou a tragédia e, via Twitter, disse que se encaminharia para a cidade.
Rio Grande do Sul
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, decretou luto oficial de sete dias em homenagem às vítimas. "Estamos empenhados em dar apoio necessário para que tenhamos, inclusive, levantamento de provas de inquérito de alto nível, para que a gente possa esclarecer as causas deste evento", declarou.
Tarso Genro disse que esta é uma tragédia brutal. "É momento de compartilharmos a dor e a nossa solidariedade a todas as famílias. É um momento muito duro. Tem que ter competência e solidariedade para trabalhar bem".
Revista Nono Perfil Online
Fonte: UOL
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