Ela estava com dos pais, presos por receptação de itens roubados.
Menina teria dormido em cela porque eles não têm parentes na cidade.
Um casal do estado de Alagoas, suspeito de recepção de material roubado foi preso na cidade de Nossa Senhora das Dores, a 72 km, de Aracaju em Sergipe. Após prestar depoimento ao delegado Rodrigo Nunes, a dupla foi encaminhada a uma cela juntamente com a filha de dois anos, que por não ter parentes na cidade acabou presa junto com os pais.
“Quem encaminhou foi o delegado que mandou o policial me colocar na cela onde meu marido já tinha dormido”, afirma a mãe da menina, Rosa Maria da Rocha. Uma moradora da cidade, que foi até a delegacia buscar informações sobre outro caso, ficou surpresa com a presença da menina na cela e resolveu registrar o fato.
“Ouvi o choro da criança quando entrei na delegacia e isso me chamou a atenção. Cheguei perto de uma grade vi a criança chorando na cela, fiz a foto e sai de lá sem saber o que fazer. Fiquei muito abalada e estou até hoje porque eu sou mãe e avó, sou um ser humano”, relata a dona de casa Delmira Brito.
A foto foi publicada em um site do município e acabou chegando ao conhecimento do Conselho Tutelar. Quando soube do caso, o conselheiro Arivaldo Leite de Carvalho foi até a delegacia, mas não tomou nenhuma medida.
Arivaldo esperou ser comunicado oficialmente pelo delegado o que, segundo ele, só aconteceu na quarta-feira (9), dois dias após a prisão do casal. Só depois disso a criança foi encaminhada para a casa de um dos conselheiros tutelares. “Eu poderia muito bem ter feito o que eu fiz, de levar a criança para a minha casa ainda na terça-feira (8), mas a gente admite que houve falha nossa”, reconhece.
Segundo o promotor do Ministério Público, Leydson Gadelha, um inquérito foi instaurado para apurar as responsabilidades do Conselho Tutelar e do delegado. Ele disse ainda, que o caso foi o resultado de uma sucessão de erros.
O promotor citou como agravante da situação que há cerca de um ano a Justiça determinou a interdição da delegacia da cidade por falta de estrutura e condições adequadas.
Já o coordenador das delegacias do interior, o delegado Jonathas Evangelista, negou a existência dessa interdição. Segundo ele, há apenas uma determinação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) para que os presos não passem muito tempo nas delegacias do interior.
Sobre a permanência da criança na cela, Evangelista disse que solicitou ao delegado do município um relatório sobre o que ocorreu e informou que assim que o documento ficar pronto será encaminhado a corregedoria da Polícia Civil para que seja apurado se houve abuso ou negligência no caso.
Revista Novo Perfil Online
Fonte: G1
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